Bem Vindo...

"Há cegos que lêem melhor o livro da vida do que muitos que possuem bons olhos."

segunda-feira, 28 de março de 2011

Video sobre a exposição de fotos tiradas por cegos, em São Paulo

Críticas ao filme 'O Ensaio Sobre a Cegueira'

Exposição reúne fotografias tiradas por cegos, mostra Gilberto Dimenstein
da Folha Online
Fotografias tiradas por cegos é o tema da exposição "Percepção do Visível: fotografias feitas por deficientes visuais", que fica em cartaz no Centro Universitário Senac (Campus Santo Amaro) de quinta (27) a sexta-feira (28), em São Paulo. O trabalho original é apresentado pelo colunista da Folha Gilberto Dimenstein em seu site Catraca Livre.

São 35 imagens tiradas por alunos cegos do curso de fotografia do Senac que, ao aprenderem técnicas de fotografia, tiram fotos com luz e foco necessários, ao mesmo tempo em que acrescentam sua percepção aguçada dos demais sentidos em cada registro.
A experiência inovadora poderá ser melhor compreendida pelos visitantes dentro da "Sala Sensorial" montada na sede da mostra. Em um ambiente totalmente escuro, eles serão submetidos a vivenciar sentidos além da visão, como cheirar e provar morangos. A experiência faz alusão à visita dos alunos ao Mercado Municipal onde registraram imagens da fruta.
"O público, impossibilitado de enxergar, participa de uma experiência inesperada e os visitantes [que não sabem o que vão fazer] serão guiados por deficientes visuais pela sala", explica o curador da mostra e professor do curso João Kulcsár.
A "Conferência de Direitos Visíveis 3 - Fotografia como Ferramenta de Alfabetização Visual" acontece no mesmo local. O encontro debaterá sobre assuntos ligados à fotografia e à inclusão de deficientes visuais na sociedade. Há cem vagas disponíveis.

sábado, 12 de março de 2011

Actividade lúdica com o 12º AV - "Sente! Desenvolve a Imaginação!"

        No âmbito da disciplina de Área de Projecto, o grupo “Para Além dos Nossos Olhos”, mais propriamente a minha colega Mariana Rios, enquanto ambas pensávamos em mais ideias de actividades para acrescentar ao nosso projecto, se lembrou desta actividade.
       Esta actividade consiste na pintura de uma folha branca de papel A3 com materiais de pintura, à escolha, conforme o que achassem mais adequado e mais fácil. Primeiramente, o grupo tinha pensado em arranjar uma tela para cada aluno, e todo o material necessário, desde guaches a pincéis. Depois de expormos a nossa proposta à professora Fátima Leite, ela sugeriu-nos não ir por esse caminho porque seria muito dispendioso, e que ficaria de igual forma bonito se fosse desenhado numa folha de papel branca A3. Surgiu a ideia de pintarem a carvão, mas depois optou-se pelo material mais simples e básico, pois era necessário eficácia quanto ao manuseamento dos utensílios (que não borratassem).
       Esta actividade foi planificada à bastante tempo, sendo exposta à professora Fátima Leite (professora de Desenho) e à nossa professora Isabel Freire (professora de Área de Projecto) com o devido cuidado e liberdade de expressão, para que tudo fosse debatido, pois muitas ideias foram alteradas em relação à ideia actual.
       Às 08:45h do dia 18 de Fevereiro de 2011, o nosso grupo dirigiu-se, sem atrasos, á sala de aula de Desenho, onde já estava a professora Fátima Leite com alguns alunos. Enquanto estávamos à espera dos restantes alunos, notámos alguma impaciência nos colegas que ouviam a professora, pois não tinham ideias, nem sabiam o que haveriam de fazer/desenhar. É nesta altura, que a professora Fátima Leite explica aos alunos que estes presentes “invisuais” não têm esta deficiência desde que nasceram, que adquiriram alguns anos depois de nascerem, e que por isso conhecem a realidade, o mundo que gira à nossa volta, as cores, as formas, as figuras, o que, no final, se torna bem mais fácil. Afirmou também que, estando de olhos vendados, a facilidade de desenhar é muito maior que a de desenhar normalmente, pois a imaginação vagueia muito mais nas nossas cabeças, e estando de olhos vendados não temos intenção de copiar qualquer ideia do outro colega, tudo o que desenhamos de olhos vendados é fruto da nossa inteira imaginação.
       Quando chegaram os restantes alunos, dispuseram-se nas suas carteiras, cada um na sua mesa individual, com o material necessário à frente.  Eu, Sofia Ramalho, e a minha colega, Mariana Rios começámos por colocar as vendas a cada pessoa, individualmente, garantindo assim que não conseguiam ver nada para a folha branca de papel A3. Após esta tarefa, avisámos que poderiam chamar-nos, sempre que necessário, para pedir alguma cor em especial ou outro tipo de informação.
       Estatisticamente, mais de metade da turma do 12ºAV precisou da nossa ajuda, pois não se lembrou de distinguir a posição das cores no inicio da actividade, mas como era tantas cores, tantos tipos de castanhos, azuis, verdes, rosas, etc. e como ainda não tinham definido o que desenhar, achámos justo ajudar os nossos colegas.
       Friso também que contámos com a colaboração da professora Fátima Leite para todo o auxílio pedido pelos alunos desta turma, visto que ainda eram alguns, e grande parte precisava da nossa ajuda ao mesmo tempo.
       Os alunos não demoraram o bloco de aula completo para elaborar o desenho: esta actividade acabou cerca de 20 minutos mais cedo, o que deu ainda para falar um pouco com a professora Fátima Leite acerca da sua opinião e das suas conclusões acerca da actividade realizada.
       Após terem tirado as vendas dos olhos, os nossos colegas mostraram grande surpresa ao visualizarem o desenho que criaram, sendo um motivo de riso e alegria para todos.
      A minha colega Mariana encarregou-se de tirar fotos à turma, e posteriormente, quando acabassem os desenhos, tirar foto a cada desenho.
       Após terem terminado todos esta actividade, os desenhos foram juntados, encostados uns aos outros, para serem fáceis de transportar, porque será para uma posterior exposição.
       Enquanto todos os alunos viam os desenhos dos outros colegas, o nosso grupo falou com a professora Fátima Leite. A professora afirmou, com certeza, que esta ideia foi muito bem pensada, e que quanto à exposição, ficaria original se cada pintura tivesse uma cartolina preta por trás a fazer de moldura, ficaria com um ar muito mais sofisticado e interessante.
       Deu-nos também a ideia que era muito engraçado o grupo comprar uma tela grande, que fosse dividida pelo número de alunos de uma turma, e que em cada quadrado pintasse uma pessoa qualquer coisa (tema livre), mas que só tivesse aquele pequeno espaço. Na exposição que iríamos realizar ficava muito interessante um objecto desses, a representar uma turma. O grupo achou a ideia interessantíssima, apenas não sabemos o custo do material (a professora sugeriu que na loja dos chineses custasse por volta dos oito euros) e a que turma fazer: ou fazemos à mesma turma, porque é a turma mais experiente em termos de técnica de desenho, ou damos oportunidade a outra turma do secundário, de Artes. Todas estas experiências, em parceria com as fotografias tiradas pela nossa turma, serão expostas no inicio do mês de Março.
      
       Concluímos que toda a turma do 12ºAV se mostrou muito interessada e colaboradora nesta nossa actividade lúdica. A ajuda da professora Fátima Leite foi indispensável para o sucesso desta actividade, e não só! O grupo fica muito grato por toda a informação e novas ideias que a professora nos deu para conseguirmos prosseguir com o bom projecto que temos tido até agora.
       Esta actividade não teve nem um ponto negativo, correu como planeado, e foi mais uma actividade que correu mesmo muito bem. Assim, o grupo espera que as próximas actividades tenham o mesmo êxito e sucesso que esta e as anteriores tiveram, um balanço excelente.





Rastreio Visual - Multiópticas Vitó de Albergaria-a-Velha

       No âmbito da disciplina de Área de Projecto, o grupo “Para Além dos Nossos Olhos” sentiu necessidade de elaborar um rastreio visual, porque tem tudo a ver com o nosso tema e, ao mesmo tempo, melhoramos a qualidade de vida dos alunos do Colégio. Fizemos esta actividade com este mesmo propósito.
        A actividade teve inicio às 10:00h da manhã de quinta-feira, 17 de Fevereiro de 2011. Esta data não tem qualquer tipo de simbologia como outras actividades realizadas em datas anteriores. Simplesmente, este dia era conveniente para a Dr. Amélia (senhora que realizou o rastreio).
        Inicialmente, pensámos abranger o rastreio a idades maiores, mas como o tempo de rastreio era bastante, decidimos limitar a actividade ao Ensino Primário.
         Os preparativos para a realização da sala azul para o rastreio começaram então às 9:30h. Contudo, a professora já tinha chegado e montado o projector e o aquecedor. Assim que chegámos ligámos os computadores e tratamos do que faltava, nomeadamente a dobragem dos panfletos para entregar aos alunos.
          Pouco antes das 10:00h chegou a Dr. Amélia que trouxe a máquina necessária ao rastreio. Ajudamo-la a montar a máquina, uma vez que era muito pesada e os alunos do primeiro ano chegaram entretanto.
          Os alunos chegaram à sala, e eu falei um pouco sobre o que iriam fazer e pedi-lhes silêncio para não perturbar o rastreio individual. Também, comprámos rebuçados na tentativa de os tentar controlar para eles não fazerem muito barulho e estarem sossegados. Além disso, o vídeo sobre o nosso trabalho também esteve a ser visualizado na parede para os alunos se manterem atentos aos filme e não dispersarem a atenção para brincar ou conversar.
           O primeiro ano chegou, então, e os alunos foram sendo analisados de forma ordeira, havendo três casos descobertos em que os alunos vêem significativamente mal e necessitam de consultar um oftalmologista. Os alunos são o Xavier Costa, Rui Pedro Melo e João Carlos. No final de todos os alunos terem o exame realizado a professora Isabel entregou um rebuçado a cada aluno e um panfleto sobre aconselhamento ao oftalmologista, para os alunos mostrarem aos pais, juntamente com um papel sobre o endereço do nosso blogue para as pessoas o consultarem e se manterem a par das nossas actividades. Este último procedimento foi realizado em todos os anos do ensino primário, assim que eles acabassem o rastreio. O rastreio do primeiro ano terminou pelas 11:15h.
           Os alunos do segundo ano dirigiram-se à sala azul assim que o primeiro ano saiu e o procedimento repetiu-se. A professora explicou-lhes o que iria ser feito e os alunos, de forma ordenada, foram fazendo o rastreio conseguindo terminar antes da hora prevista. No segundo ano, também três alunos que foram examinados necessitam de consultar um oftalmologista, sendo a professora Liliana a dirigir-se aos encarregados dos seguintes alunos: João Tavares, Gil Martins e Maria Teresa Pombo.
           Esta informação e a informação respectiva ao segundo ano foram retiradas pela professora Isabel Freire que me substituiu a mim e à Sofia a partir das 10:30h, uma vez que tínhamos teste da disciplina de Português.
            No final de todos os alunos examinados, foram entregues rebuçados e os panfletos com informação respectiva ao blogue e ao rastreio. O rastreio correu da melhor forma, da parte da manhã, uma vez que o rastreio terminou antes da hora prevista, oferecendo assim à Dr. Amélia maior tempo para almoçar.
             Da parte da tarde, o funcionamento foi o mesmo. O terceiro ano chegou pelas 14:00h. Eu voltei a apresentar-me e a explicar o propósito do rastreio. Os alunos vinham mais agitados o que se tornou mais difícil de os manter em silêncio, surgindo a ideia de visualizar um filme infantil na parede, para eles se abstraírem do resultado do rastreio dos colegas. Além disso, também usamos os rebuçados como forma de chantagem para os acalmar, dizendo que quem não fizesse silêncio não receberia rebuçado. Esta estratégia funcionou apenas durante metade do tempo, mas conseguimos manter o controlo da situação. No segundo os alunos examinados que necessitam de consultar um oftalmologista são: Júlia Aleixo, Inês Ferreira e Carlos Miguel
               Ainda assim, o rastreio a esta turma durou menos tempo que o previsto, terminando às 15:15h. Nesta altura, falamos com a Dr. Amélia para chamar o quarto ano e, assim poderíamos terminar mais cedo. Ela concordou e seguimos então à sala do quarto ano para os chamar. Como não vieram acompanhados pela professora foi muito difícil fazer com que se sentassem e fizessem silêncio para me ouvirem e à Sofia. Foi então que decidimos pedir silêncio e os pusemos a ver o filme do ‘Harry Potter’. Nessa altura, os alunos acalmaram e o rastreio ao quarto ano começou. O rastreio correu tal como às outras turmas, acabando às 16:15h. Os alunos ficaram contentes com o rebuçado e com o facto de verem todos bem, excepto duas alunas que já usavam óculos.
Assim que todos os alunos foram embora, ajudamos a Dr. Amélia a arrumar a máquina do rastreio e agradecemos-lhe a sua presença e colaboração nesta actividade e oferecemos-lhe um ramo de flores. Ela gostou bastante e agradeceu.
Quando a Dr. Amélia foi embora, arrumámos tudo para os respectivos lugares, excepto o aquecedor porque a professora nos pediu para o deixar lá, uma vez que depois passava lá para o arrumar.
De uma forma geral, penso que o rastreio foi uma mais-valia para a execução do nosso projecto. Apesar das dificuldades que enfrentámos para conseguir ver esta actividade a ir para a frente foi positiva, toda a execução do rastreio. Não apenas por termos descoberto casos de alunos que necessitavam mesmo de usar óculos mas porque conseguimos incutir nos alunos a ideia de consultar o oftalmologista para melhorar a sua qualidade de vida. Muitas das vezes os alunos que vêem mal, sentem-se cansados, confusos por verem mal e, acabam por ficar desmotivados de estudar. Então, com esta actividade conseguimos também contribuir para um rendimento positivo dos alunos nas tarefas escolares. Penso que foi óptimo e das actividades mais bem organizadas que o grupo já executou!