Bem Vindo...

"Há cegos que lêem melhor o livro da vida do que muitos que possuem bons olhos."

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

"Deficiência Motora, Visual e Auditiva" - 23/01/2011 (Dia Mundial do Desporto)

       No âmbito da disciplina de Área de Projecto, o grupo “Para Além dos Nossos Olhos” sentiu necessidade de elaborar uma actividade lúdica com jovens (uma vez que a primeira actividade tinha sido realizada com crianças), com o objectivo de proporcionar sensações, nunca antes vividas - a sensação de ser invisual. Fizemos esta actividade com o propósito se colocar estes nossos colegas num outro papel, num papel totalmente diferente do que têm vivido, de modo a tentarem compreender que a vida que um deficiente leva não é fácil, e que não faz qualquer sentido que seja julgada, gozava e/ou até que seja motivo de preconceito.
       Para isso, e com a ajuda da professora Isabel Freire, professora de Área de Projecto, foi-nos sugerido a realização desta actividade com um grupo (também constituído por duas alunas) da turma do 12ºCTB, uma vez que o seu tema abrangia o nosso – “Contra a discriminação, pela igualdade de direitos - Deficiência motora, auditiva e visual.”
       Aceitámos a proposta visto que, além de ser mais uma ajuda para a elaboração desta actividade, seria muito mais pertinente e engraçada, havendo, consequentemente, mais ideias e sugestões para diversos jogos que poderiam ser realizados.
       Posto isto, e tendo em atenção o nosso horário e o horário das nossas colegas, marcamos esta actividade para dia 24 de Janeiro de 2011, sendo um dia após ao dia específico para a realização desta actividade (23 de Janeiro de 2011 – Dia Mundial do Desporto). Esta não pôde ser realizada uma vez que calhava a um Domingo, dia esse que impossibilita qualquer actividade (curricular ou extra-curricular) numa escola/colégio, o que por um lado causou pena, mas por outro não, porque o explicámos à nossa população – alvo.
       A actividade teve início às 10h30min. no pavilhão gimnodesportivo do Colégio.
       Enquanto a nossa população – alvo se equipava para uma “suposta” aula de Educação Física, o grupo (e quando falo em grupo, falo nos dois grupos – no geral) começou a organizar o material, decidindo a sequência de actividades que iriam ser realizadas, concluindo assim que iríamos começar pela corrida com obstáculos, com a ajuda do professor Ricardo, que nos deu uma ideia de uma actividade, que acabámos por realizar por último.
       A turma, depois de se equipar, foi chegando ao pavilhão e sentando sossegadamente para ouvir o que nós tínhamos para lhes dizer. Foi então que a minha colega Mariana Rios explicou, detalhadamente, quem éramos, de que disciplina surgiam estas actividades, que dia importante tinha sido ontem e a nossa intenção de ter feito a actividade nesse dia, o que pretendíamos fazer com a turma, acabando por explicar, então, que actividade iriam fazer inicialmente.
       A primeira actividade era composta por um circuito fechado ao zig – zag delimitada por pinos. Dentro deste circuito foram colocadas bolas de basquetebol e bolas de andebol, bem como arcos de diversas cores e feitios. O nosso objectivo, aquando da elaboração do circuito, foi dificultar o trajecto que iria ser percorrido pelos alunos daquela turma.
       Posto isto, e como eram apenas seis alunos, vendámos os olhos a três deles, sendo os outros três os “guias” de cada um, respectivamente. Este guia tinha a função de acompanhar o seu colega “invisual”, dando-lhe indicações para que este possa deslocar-se sem tocar nos obstáculos e, consequentemente, cair. Aquando da chegada do primeiro “invisual” – vencedor – quem teve a função de guia passava a usar a venda nos olhos e vice-versa, pois pretendíamos que todos passassem pela dificuldade de ser cego, e como eram muito poucos, era realmente fácil poder dar a vez a todos eles.
       Depois de se realizar esta actividade duas vezes, foi realizada mais uma ou duas vezes. Isto porque a turma tinha interesse na actividade e era desafiada pelos obstáculos e pelo primeiro lugar.
       Após esta actividade, sugerimos que voltassem a fazer o percurso/circuito, com as mesmas características, havendo apenas uma alteração: além dos olhos vendados, os pés iriam estar amarados com cordas.
       Esta actividade foi muito engraçada, talvez mais que a outra, dando oportunidade a todos os alunos de se divertirem e aprenderem.
       Assim, e como o tempo era escasso, resolvemos aceitar a sugestão do professor Ricardo, e realizar uma actividade completamente diferente das que foram utilizadas até agora. Esta actividade consistia em fazer duas equipas e colá-las em sentidos opostos, no local das balizas. Como só podemos utilizar meio canto (pois estava outra turma a ter aulas, no inicio), tentámos afastar as duas equipas o mais possível. Assim, e com cada uma das pessoas com vendas nos olhos, sentámo-los no chão, alinhados, virados para a equipa oposta. Uma pessoa mandava a bola para a frente, e a outra equipa teria que ouvir a bola a rebolar no chão e saber qual era a orientação da bola. Consoante esta informação, movimentava-se para a esquerda ou direita, de modo a agarrar na bola. Cada bola que não fosse agarrada valia dois pontos para a equipa que a lançou, e assim sucessivamente.
       Esta foi mais uma das actividades que teve muito êxito e interesse por parte da nossa população – alvo, tendo durado até ao final da aula.
       Assim, a nossa actividade chegou ao fim, não esquecendo de agradecer à turma e ao professor Ricardo pela dedicação e participação na nossa actividade, que era fundamental para o nosso projecto.
       O grupo acha que se houvesse mais tempo, muitas outras actividades seriam realizadas, o que não aconteceu, o que causou imensa pena, pois foi a actividade mais dinâmica e divertida realizada pelos dois grupos.
       Para concluir, além de todos os factores positivos que se puderam observar com esta actividade, esperamos que a nossa população – alvo tenha aprendido alguma coisa com esta actividade, ficando sensibilizada não só para a causa da cegueira, mas também para o preconceito e desprezo que é empregue nos deficientes em geral, quer motores, quer visuais e/ou auditivos.
       Além do tempo que foi muito escasso, o grupo não tem qualquer aspecto negativo a apontar pois tudo foi corrido como planeado, contribuindo para o sucesso do nosso projecto!


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